O Leste de Angola é habitado desde a pré-história, como atestam vestígios encontrados nas regiões das Lundas, Congo e no Deserto do Namibe. Os primeiros habitantes foram os bosquímanos, um povo de caçadores-colectores que vivia em pequenos grupos nómadas.

A partir do primeiro milénio d.C., o Leste de Angola recebeu a migração de povos bantu, que vieram do norte, provavelmente da região da actual República dos Camarões. Esses povos impuseram a sua tecnologia nos domínios da metalurgia, cerâmica e agricultura aos grupos que encontraram.

Entre os séculos XIV e XVIII, o Leste de Angola foi palco da formação e expansão de vários reinos bantu, como o Reino do Congo, o Reino da Lunda e o Reino Luba. Esses reinos tinham uma organização política, social e económica complexa, baseada na linhagem real, no comércio regional e na exploração de recursos naturais como o marfim, a cera e o cobre.

No século XIX, o Leste de Angola foi invadido por outro povo bantu: os tchokwé. Os tchokwé eram originalmente caçadores e comerciantes que se estabeleceram na região do rio Kwango e depois se expandiram para as Lundas, onde entraram em conflito com os reinos locais. Os tchokwé eram conhecidos pela sua arte escultórica, pela sua música e pela sua dança tchianda.

No final do século XIX, o Leste de Angola foi colonizado por Portugal, que explorou os seus recursos minerais, especialmente os diamantes. A colonização portuguesa provocou resistência e revoltas por parte dos povos locais, que foram reprimidos com violência.

A luta pela independência de Angola começou em 1961 e terminou em 1975, com a proclamação da República Popular de Angola.

Após a independência, o Leste de Angola foi afectado pela guerra civil que durou até 2002. A guerra civil causou milhares de mortes, deslocados e refugiados, além de graves danos à infraestrutura e ao meio ambiente da região.

Actualmente, o Leste de Angola é uma região rica em diversidade cultural e natural, mas também enfrenta desafios como a pobreza, a desigualdade e a degradação ambiental. A região é habitada por vários grupos étnicos, como os tchokwé, os lunda-cokwe, os luvale, os mbunda, os nganguela e os ovimbundu.